Foto: National Geographic Brasil |
O
FAOR é uma rede que engloba várias organizações sociais. No dia 29 de março de
2012, realizou uma conferência visando discutir a participação na Rio+20. O
encontro gerou uma carta com o posicionamento das entidades diante dos temas
propostos na conferência do Rio de Janeiro. Segundo o documento, a maneira
sofisticada nessa etapa de globalização para garantir ao grande capital – o
acesso, uso e controle de vastos territórios da Amazônia – é o mercado de
carbono. De acordo com o FAOR, esse tipo de negócio permitirá às corporações
econômicas e aos estados nacionais mais poderosos (Estados Unidos, China,
França, Alemanha, Japão e outros) negociarem o direito de poluir a atmosfera,
pagando aos demais países por esse direito através da compra de títulos na
bolsa de valores. “É a carbonificação da economia ou a financeirização da
natureza. A ideia é proporcionar imensos lucros às corporações e seus estados
com a crise ambiental. É isso mesmo: a crise ambiental se transformou numa
mercadoria valiosa, mesmo que isto venha agravar os riscos a nossa própria
existência enquanto espécie”, diz a coordenadora.
De
acordo com a carta da Conferência, na Amazônia muitas empresas (nacionais e
estrangeiras) “buscam freneticamente estabelecer acordos comerciais com povos
indígenas através de contratos. Quando lemos tais contratos, vemos com clareza
que o objetivo é garantir aos conglomerados econômicos o controle dessas áreas,
de sua biodiversidade; enquanto que às comunidades se pretende repassar
recursos que nem de perto se aproximam dos lucros que serão obtidos pelas
empresas”.
O
documento diz ainda que, em relação às cidades da Amazônia brasileira, a grande
maioria encontra-se alijada de muitas políticas governamentais em execução no
país. “Isto porque a política urbana contempla usualmente as grandes cidades ou
aquelas integrantes de regiões metropolitanas. As pequenas e médias cidades são
excluídas ou secundarizadas, privando suas populações do acesso aos bens,
serviços e equipamentos públicos importantes para garantir boa qualidade de
vida dos habitantes”, explica a carta. “As populações da Amazônia possuem
diversos modos de vida, uma economia centrada nas pessoas e não no capital,
formas coletivas de apropriação, uso e gestão de seus territórios, tecnologias
de produção agroecológicas e um saber que compartilha a sobrevivência dos
ecossistemas com a segurança alimentar e cultural dos povos que vivem neles e
deles”, destaca a coordenadora do FAOR.
Fonte: DOL - Diário do Pará
Publicado em: 04 jun 2012
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