segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Círio de Nazaré: o Natal dos Paraenses

No segundo domingo de outubro, paraenses de todos os cantos e brasileiros de vários
lugares reúnem-se para as festividades do Círio de Nazaré, em Belém. A cidade fervilha, com vários eventos acontecendo, seja no meio artístico ou religioso. O Auto do Círio, evento realizado na sexta à noite é uma síntese de todas essas manifestações. Teatro, dança, música, se misturam com a fé numa grande apoteose no final das apresentações.
No entanto, os dias mais esperados são o sábado e o domingo. Sábado á noite acontece a trasladação, que sai do Colégio Gentil Bittencourt até à Catedral Metropolitana. Assim que termina a trasladação, os promesseiros nem saem da praça da Sé para pegar um lugar na corda. No domingo, a procissão sai da catedral em direção à Basílica Santuário de Nazaré.
Ao longo do percurso, várias homenagens. Seja de órgãos públicos, privados, prédios residenciais, de pessoas de várias idades, classes sociais, do ribeirinho mais humilde à senhoras de famílias tradicionais da cidade.
Este ano, numa das homenagens estavam reunidos Fafá de Belém, Elba Ramalho e o Padre Fábio de Melo, entoando cânticos em homenagem à padroeira dos paraenses, aliadas à milhares de pessoas em um só coro.
Independente de ser católico, evangélico, espírita ou mesmo outra religião não-cristã, é importante ver o círio além do campo religioso. Neste grande evento vê-se a hospitalidade do belenense, recebendo pessoas de várias partes do Brasil e do mundo como se fossem da família. Um momento de união que só se vê no natal. Não à toa é considerado como “o natal dos paraenses”. Turistas ficam encantados com cores das fitinhas e brinquedos de miriti e sabores da maniçoba e do pato do tucupi desta época tão especial aos paraenses. Os hotéis ficam quase todos lotados, sem contar as casas que hospedam parentes vindos do interior do estado.
Como atividade econômica, a cidade ganha bastante. Artesãos vindos de Abaetetuba, no nordeste do estado, trazem seus brinquedos de miriti, retirando da natureza parte de seus proventos, dando um exemplo de como podemos aproveitar a natureza de forma correta.
No entanto, o círio não é um produto que as agências e operadoras vendam lá foram, como vendem o Carnaval no Rio, por exemplo. Faltam o trade turístico, setor público e empresários olharem com mais carinho para este evento e aproveitar o que Belém tem de melhor, que é sua gente hospitaleira, para garantir que esses visitantes venham à cidade em outras épocas que não sejam somente no mês de outubro. Há tanto mais que a cidade oferece! O Círio é somente uma síntese daquilo que o paraense pode oferecer.
Sendo católico ou não, um FELIZ CÍRIO! UM FELIZ NATAL DOS PARAENSES!

Maykon Serrão
YUD AMAZÔNIA








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